Andar de carro com segurança exige muito mais que apenas atenção ao trânsito. É muito importante que as manutenções estejam em dia e, de vez em quando, não dá pra escapar: é preciso trocar o óleo, as pastilhas de freio, uma borrachinha aqui e outra ali, até que chega a hora de trocar os pneus.
Não dá pra negar que é necessário e pesa no bolso. Alguns motoristas optam pelo rodízio de pneus: trocam os dois mais gastos e, mais pra frente, substituem os outros mais antigos. Até aí não há problema algum. O perigo está na oferta de pneus “novos” com preços bem abaixo do valor de mercado. Conhecida como “frisagem” a prática vem sendo muito utilizada e está colocando a vida de muita gente desavisada em perigo.
O golpe funciona assim: primeiro são cavados os sulcos centrais do pneu e retirada a parte gasta da borracha. Depois, são feitos novos cortes nas laterais, em cima das marcas mais antigas e já existentes no pneu. Como todos os sulcos e cortes do pneu estão mais fundos, aparentemente a impressão é de que o pneu é novo. Mas, na verdade, é um pneu modificado e com a estrutura bem mais comprometida.
Um pneu novo possui vida útil de cerca de 60 mil quilômetros se rodados na cidade, em condições normais. Já o pneu reformado possui durabilidade bem menor e pode estourar com mais facilidade, além de poder causar outros acidentes, já que ocorre a perda de atrito entre o pneu e o asfalto. Os frisos dos pneus vindo das fábricas são calculados em espessura e profundidade para garantir aderência ao asfalto e eliminação da água da chuva evitando a “aquaplanagem”, o que não acontece nas borracharias que fazem a frisagem de pneus.
A RJSat preparou algumas dicas para você se prevenir do golpe:
- Desconfie de preços bem abaixo do valor do mercado;
- Observe se o pneu está careca;
- Procure realizar a troca em locais conhecidos; e
- exija sempre a nota fiscal.
Em agosto de 2015, a Comissão de Viação e Transportes aprovou o PL 7038/2014 proibindo a frisagem de pneus. O projeto ainda precisa passar pela aprovação do Senado.